Ao volante do renovado Renault Kadjar. Está melhor?

O Renault Kadjar consegui finalmente libertar-se das amarras das portagens "Classe 2" no nosso país e está pronto para bater o pé aos rivais, nomeadamente o "primo" Nissan Qashqai.

A marca francesa renovou esta versão e deixou-a mais preparada para a "luta" feroz a que a concorrência no segmento dos SUVs obriga. Conduzimos o Kadjar TCe 160 EDC com o nível de equipamento máximo, denominado Black Edition, e contamos-lhe agora como foi.

Imagem dinâmica

A imagem do Kadjar é marcada por linhas desportivas e dinâmicas. E se isso é verdade para a versão normal deste modelo, é ainda mais visível quando olhamos para a versão "Black Edition". A desportividade deste nível de equipamento é vincada pelos vários apontamentos cromados na carroçaria, sobretudo ao nível dos pára-choques e nas barras do tejadilho, e pelas capas dos espelhos e jantes em preto.

Habitáculo merece destaque

Mas se a imagem exterior dá nas vistas, é no habitáculo que este Kadjar mais se destaca. É certo que a versão que ensaiámos estava bastante equipada, mas é impossível não aplaudir o trabalho que a Renault realizou no interior deste SUV.

A qualidade dos materiais não passa despercebida, ainda que continuem a existir alguns plásticos demasiado duros. Porém, o desenho dos bancos em pele é muito confortável e permite uma excelente posição de condução. Ainda assim, são suficientemente desportivos para garantirem um bom apoio lateral em curva.

O tejadilho panorâmico ajuda a criar a sensação de um habitáculo mais amplo e a verdade é que o Kadjar tem espaço para dar e vender. Com 4.489 mm de comprimento e 1.836 mm de largura, tem oferece uma habitabilidade assinalável e 472 litros de volume na bagageira. Porém, a entrada para os bancos traseiros podia ser facilitada se o ângulo de abertura das portas fosse mais amplo.

O ecrã multimédia sofreu alterações mas, na nossa opinião, continua algo confuso de operar. Requer habituação e há passos que não são suficientemente intuitivos, ainda assim, destacamos o sistema de som Bose que equipava esta versão. 

Ágil mas nada poupado

O motor a gasolina de 4 cilindros de 1.3 litros produz 160 cv de potência às 5500 rpm e 260 Nm de binário máximo às 1750 rpm. Estes números permitem uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 9,3 segundos e uma velocidade máxima de 210 km/h.

Ao volante desta versão sentimos sempre que este motor desenvolve bastante em distâncias curtas e isso fica evidente sempre que "puxamos" por ele. Porém, e durante os vários dias que passámos com este modelo, sentimos que é difícil ficar abaixo dos 7.0 litros por cada 100 quilómetros, ainda que os consumos anunciados pela Renault se fiquem pelos 5.7 l/100 km.

Este motor surge associado a uma caixa automática EDC de sete relações que tem apenas um defeito: a pega, que é demasiado alta e oscila com alguma facilidade. Mas este é, apenas, um problema de design e ergonomia, já que quanto ao resto esta caixa é muito competente e "despachada".

Apesar de ter 1.607 mm de altura e de pesar quase 1.5 toneladas, este Kadjar oscila muito pouco em curva e consegue proporcionar uma experiência dinâmica q.b. em estrada aberta. Ainda assim, convém lembrar que este é um familiar e que é na habitabilidade e na posição de condução onde marca mais pontos.

Capaz fora de estrada?

Tal como acontece com a grande maioria dos seus rivais, o Renault Kadjar está longe de ser uma proposta feita à medida de incursões por terrenos mais radicais. É certo que tem 20 cm de altura ao solo, e neste campo bate rivais como o Hyundai Tucson (17 cm) ou o Skoda Karoq (17 cm), mas não está preparado para muito mais do que "estradões" de terra.

Ainda assim, isto está longe de ser um problema, já que a maioria dos clientes deste tipo de carroçaria quase nunca sente necessidade de os levar para percursos mais agrestes. Ainda assim, fica o reparo.

Conclusão

O Renault Kadjar deu um salto em frente em termos de qualidade e é uma proposta muito interessante. Contudo, se optar pela versão Black Edition com a motorização TCe 160 EDC, saiba que os preços arrancam nos 34.438 euros. Não é barato, mas é o preço a pagar por uma versão mais exclusiva e que está decorada com elementos desportivos que transformam a imagem deste SUV.

Ficha Técnica

Motor: 4 cilindros a gasolina de 1.3 litros
Cilindrada: 1.333 cc
Potência Máxima: 160 cv (às 5500 rpm)
Binário Máximo: 260 Nm (às 1750 rpm)
Velocidade Máxima: 210 km/h
0-100 km/h: 9.3 s
Consumo Médio: 5.7 l/100 km
Emissões CO2: 135 gr/km

Preço desde: 34.438 euros

+ Caixa EDC. A caixa automática EDC de sete relações revelou-se eficiente em cidade e com uma resposta muito rápida

- Multimédia. A apontar um defeito terá que ser o sistema multimédia algo confuso do Kadjar. Porém, o sistema de som Bose merece aplausos

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